domingo, 21 de agosto de 2011

Foi apenas um sorriso

Não precisou de nada. Não foi necessário nada a mais. Não foi preciso palavras trabalhadas, idéias formuladas, orações estruturadas. Não houve necessidade de poesias, de poemas, de líricas. Não precisou conquistar. Não precisou procurar. Só bastou um único sorriso e nada mais.



Um único sorriso para fazer o coração acelerar e as mãos gelarem. Um simples sorriso para arrepiar a pele, estremecer o corpo. Apenas um sorriso para deixar sem palavras e trazer o fascínio. Só foi preciso um sorriso para tirar o que estava no lugar. Um sorriso para mexer com o que estava tranqüilo. Um sorriso singelo, suave, trazendo consigo um furacão.


Como pode um único sorriso ser mais forte que todas as palavras? Como pode um sorriso causar tanto turbilhão? Não precisou fazer rodeios, ir com cuidado. Não precisou de cuidados. Chegou e pronto. Ficou. Marcou. Parou.Foi um sorriso capaz de prender um olhar. Um olhar que pousou no sorriso. Um olhar pousado demoradamente. Um pousar sem querer levantar vôo.



Um sorriso e um olhar... o que pode haver entre eles? Um é despreocupado. O outro é arredio. Temeroso. O olhar procura o sorriso. O sorriso sem saber chama o olhar. Chama que irradia, invade, aquece.
O sorriso não diz nada. Não mostra nada. Apenas chegou e ficou. O olhar tem medo de dizer tudo. Quer ficar quieto, longe, mas como fazê-lo? O sorriso já tomou todos os espaços. O olhar precisa do sorriso. O sorriso não nota o olhar. O sorriso veio com uma velocidade absurda e jogou tudo para o ar. Tirou  o olhar do lugar comum, do anonimato, do guardado.
Só precisou de um sorriso para mudar as cores, as músicas, o ar. Só precisou de um sorriso para ganhar um olhar e com eles os ritmos, as melodias, os compassos. Só precisou de um sorriso para um olhar perde-se sem intenção de voltar. Se eles irão se encontrar? Não há como afirmar. O olhar apenas encontrou o sorriso. E não foi qualquer sorriso. Foi apenas um sorriso. O seu sorriso para um olhar.