Sinto-me como uma colcha de retalhos. Pedaços e fragmentos de diferentes tecidos formando um único corpo. Deparo-me diante da minha imagem refletida no espelho e questiono-me quanto de mim tem naquela que se apresenta ali na frente.
Percebo que sou uma junção de quebra-cabeças, de peças que nem sempre se encaixam perfeitamente, mas que moldam o que eu sou hoje. Quanto eu mudei e continuo mudando, vejo que sou feita de fragmentos. Atitudes que tive a segundos atrás não mais terei se eu viver a mesma situação. Olho para trás e vejo quantas “eu” fui até tornar-me o que sou agora, mas quem estou sendo nesse exato momento?
Lembro que minha avó fazia colchas de retalhos (pedaços) de pano e às vezes ela combinava as cores, os desenhos e estampas e como ficava bonita, outras vezes porém, não havia esse cuidado e ela ia costurando apenas um retalho no outro sem se importar com as cores, estampas e tamanhos e não ficava tão bonita, diferente sim, bonita não. E também somos assim, a nossa vida é uma colcha feita com vários retalhos de vivências e experiências.
É difícil saber o que estou sendo hoje, vejo que meus retalhos me trouxeram a esse ponto em que me encontro e não sei como serei amanhã. A cada mudança que sofro, noto que levo um pedaço de algo e isso me faz perceber que as personagens que vivi e tenho vivido ao longo desses anos são frutos do momento em que eu estava.
Sou pedaços de ações, um pouco de tudo que eu vivi, não sou apenas uma, sou muitas, várias, multifacetada.
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